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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Futebol e Mídia : Tema adaptado 9° ANO

Futebol Mídia e Sociedade

Roteiro de Estudo 9° Ano. Projeto #Semcola Prof° Diego

Por Fontinatti
SOCIEDADE, MÍDIA E FUTEBOL
Uma questão fundamental nas negociações dos direitos de transmissão do futebol têm sido neglicenciada: as relações entre a sociedade e o futebol. Tanto a Rede Globo como a Record enxergam no futebol apenas uma fonte a mais de lucro. Nisso embarcam a quase totalidade dos jornalistas, torcedores e dirigentes de clube, preocupados mais em engordar suas contas bancárias do que propriamente com o futebol.
O futebol brasileiro é estruturador de imagens e representações sociais, estereótipos e contra-estereótipos, tanto positivos quanto negativos; é suficientemente rico e deveria ser capaz de despertar um interesse maior por parte do estado e dos movimentos sociais. Interesse que deveria se refletir em ações concretas não apenas no plano econômico como também no simbólico.
SedoSe, do ponto de vista da sociedade, não há dúvidas que o futebol segue sendo central no imaginário nacional, o mesmo não se pode dizer do ponto de vista do estado. O que vemos é uma total complacência com a apropriação privada de algo que perpassa outros âmbitos da vida social, inclusive a esfera pública. Não desconhecendo o possível caráter privado e outras particularidades econômicas das agremiações esportivas, que devemos, é claro, reconhecer. Mas, é preciso ampliar o leque de análise para a compreensão do que está em jogo nesse momento, em que se negociam os direitos de transmissão da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol a partir de 2012. É preciso que se incluam outras questões nestas negociações. Porque negociam-se direitos econômicos sim, ok, concordamos. Mas, também representações sociais, símbolos, identidades coletivas e história.
Por isso, seriam benvindas, a meu ver, medidas como uma oferta estatal na briga pela compra dos direitos de transmissão do futebol. Porque só a Globo e a Record se arriscam a negociar? Onde está a TV Pública nesse momento? Onde estão os defensores de liberdade de imprensa? Qual o papel da EBC e da TV Brasil no esporte nacional?
Semelhantemente ao já feito na Argentina, deveríamos incentivar o estado a investir o dinheiro do cidadão naquilo que é importante para ele. Isso afetaria diretamente a compra e venda do direito de transmissão das imagens, sem dúvida. Mas também, e mais importante, começaria a tocar em outras questões negligenciadas como a corrupção nos meios esportivos, as associações de diregente e empresários com as máfias internacionais e com o narcotráfico, o tráfico de armas e a lavagem de dinheiro feitas através do futebol.
Portanto, defendo que deveríamos reinvindicar do governo brasileiro que tenha uma postura mais ativa e propositiva, e faça uma oferta para compra e transmissão das partidas da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol. Quem sabe começe, assim, a peitar os grandes grupos empresariais como fez o governo argentino com o Clarín.
FUTEBOL E MÍDIA
O futebol é um esporte que, na atualidade, movimenta cifras monumentais e se transformou num negócio altamente lucrativo. A partir da década de 70, ocorreram diversas mudanças na estrutura do futebol - no Brasil e no mundo. Foi a partir dessa década que o futebol foi transformado num elemento fundamental da ''indústria do entretenimento”. O futebol pode ser entendido, desde então, como forças centrípeta e centrífuga, pois atinge os distintos campos sociais e, ao mesmo tempo, se centraliza, no sentido da regionalização. Esse alcance faz dele um veículo ideal de mercadoria.

charge de uma banca com um cartola O mercado invadiu os estádios; o campo; a bola; frente e dorso das camisas; uniforme de juízes e auxiliares técnicos; calções e chuteiras. Onde há espaço, há publicidade.

Além da marca visual presente no meio futebolístico, ainda há uma elite de jogadores que se convertem em garotos-propaganda de patrocinadores (fenômeno presente também em outras modalidades). Como ocorre na mídia em geral, atletas são fabricados no mais típico estilo de um produto. Esse movimento supõe a fetichização da marca e do atleta através da vinculação do produto ao suposto vencedor absoluto.

Os jogadores ganham mais com propaganda do que com os salários recebidos dos clubes. Em abril de 2009, a revista France Football divulgou pelo segundo ano consecutivo a lista dos 20 jogadores mais bem pagos do mundo, na qual estão incluídos - além dos salários pagos pelos clubes - os valores que os jogadores ganham em contratos de publicidade, patrocínios de marcas e prêmios variados. Na ocasião a estrela dos anúncios era David Bechkam, de longe o jogador de futebol que mais ganha no planeta, apesar de seu salário profissional ser inferior ao de outros jogadores.

A mídia trabalha com o futebol das mais variadas formas. Os espaços publicitários das partidas transmitidas pela televisão valem milhões, representando cifras significativas, para os meios de comunicação. Em setembro de 2009 o Portal Copa 2014 informava que a Globo disponibilizara cinco cotas de patrocínio para a transmissão dos jogos da copa 2010, cada uma de R$ 81 milhões. No mesmo site encontramos a informação de que o “Portal Terra” confirmou o nome dos anunciantes que chancelarão sua cobertura da Copa do Mundo da África do Sul. O valor de tabela de cada cota foi de R$ 30 milhões.

Além da mercantilização futebolística implementada pelos grandes meios de comunicação outros setores da economia também se alimentam neste período de copa. É comum vermos propagandas de hipermercados que entram na "onda verde-amarela" para incrementar suas vendas, principalmente, no setor tecnológico. São netbooks e notebooks, celulares, câmeras digitais e, especialmente, as vedetes do momento: TVs de alta resolução.

Outro setor que se regojiza neste período de copa do mundo é o da confecção. A camisa da seleção brasileira é, certamente, um dos itens mais procurados pelos consumidores, seguido dos bonés, agasalhos e outros produtos similares.

O ato criativo, comumente associado ao artesanato também não escapa da febre. Não é raro encontrarmos produtos confeccionados em tecelagem, palha de milho, barro entre outros materiais, que podem ser utilizados na decoração da casa e que tem como temática a copa do mundo.

O marketing em torno da copa tem que ser grande porque os lucros gerados são astronômicos. O futebol é popular, é do povo, porque é esse que chora com as derrotas e se alegra com as vitórias. No entanto, as mídias ao se apropriarem do respectivo esporte, tendem a transformá-lo, reduzindo-o em algo essencialmente lucrativo e promotor de marcas. Em suma, o capital domina e gerencia o futebol no mundo, manipulando, inclusive, o gosto popular em seu benefício. 

PARTE II


É de extrema importância que se discuta a influência da mídia no contexto do futebol brasileiro, para que se possam ampliar os entendimentos sobre o mesmo, e assim criem-se referências para maiores discussões aprofundadas sobre o real poder que os mídias exercem no ambiente do futebol brasileiro. Existem diversas formas de a mídia trabalhar com o futebol, dentre elas estão à exploração dos espaços publicitários, a propagação da mídia impressa, a transmissão através dos rádios, a Internet, o celular, e a televisão.
    Os clubes de futebol estão paulatinamente perdendo a sua autonomia, ficando a mercê das decisões que a mídia impõe, tanto em relação aos horários da grade televisa, quanto à adequação das regras do jogo as necessidades dos meios de comunicação. Para esse entendimento, contribuiu em muito a posição de Souza (2004) na qual “os clubes, por precisarem arcar com compromissos de curto prazo, perderam poder de barganha e pediram para que cotas dos campeonatos fossem adiantadas”.
    Esta pesquisa torna-se de grande importância, a partir do momento em que traz para discussão a problemática das relações do mundo futebolístico com os meios de comunicação, procurando ampliar as referências sobre os mesmos. Para nós, é extremamente válido para nossa formação, que possamos discutir essas questões, pois é entendendo a lógica dessas relações, que podemos discutir com nossos alunos e atletas temas relevantes do mundo do futebol.
    O artigo consta de um resumo, no qual se faz uma contextualização do tema, além de conter os objetivos, a metodologia e as considerações finais acerca do mesmo. Logo em seguida, dividimo-los em considerações iniciais, fornecendo elementos iniciais para uma posterior discussão mais aprofundada . Após as considerações iniciais, vem a fundamentação teórica, dando um embasamento para que se sustente todo o processo de argumentação e desenvolvimento das idéias que constituirão este artigo. Em seguida, o artigo consta da metodologia na qual baseia-se. E por fim, há as considerações finais, na qual a um fechamento das idéias de forma que haja uma articulação entre todas as partes do artigo, para um melhor entendimento do mesmo.

A fabricação dos ídolos esportivos ocorre em um processo que envolve publicação sistemática de artigos, textos publicitários, narração de jogos, comentários de especialistas e outros, que põe em destaque qualidades e atributos distintos de atletas, enaltecendo-os e transformados em “pessoas especiais”. Esse processo de transformação de atletas em ídolos, ocorre em todas as instâncias dos meios de comunicação, e é importante frisar, que do mesmo modo que a mídia transformar alguns atletas em ídolos, rapidamente pode trabalhar pela desconstrução desses mesmos ídolos criados por ela, contribuindo para essa desconstrução o interesse que a mídia tem por detrás desse processo.

    O esporte, e particularmente o futebol é o melhor chamariz para a televisão, pois dá sobrecarga a todo o restante da programação, e acaba por incentivar os telespectadores a assinarem TV a cabo ou por satélite. Os meios de comunicação, percebendo essas questões, usam o futebol e os clubes como principal produto de oferta para atrair telespectadores em potencial, atraindo assim ibope, para poderem comercializar mais caro seus espaços na programação para publicidade, além da questão de atrair clientes para seus canais pagos. Contribuiu para essa afirmação, o artigo de SANFELICE o qual nos mostra que “A exploração do futebol pela mídia, principalmente a televisão, se faz pela forte relação de mercado”.
    A espetacularização dos esportes pela televisão, principalmente o futebol, se faz com o intuito de cada vez mais prender o telespectador nesta ou naquela emissora. São dezenas de câmeras, microfones de captação de som ambiente, replays, tira-teima, comentaristas esportivos, especialistas em arbitragem, convidados especiais, dentre outras atrações para deter o telespectador nas transmissões. Essa guerra tecnológica entre as emissoras acaba seduzindo o telespectador a ficar na comodidade de seu lar, em frente ao seu televisor. Para que possamos compreender o que foi dito, o artigo de CAMARGO nos mostra que:
    “As novas tecnologias e a colocação de câmeras de vídeo em pontos estratégicos, assim como a utilização de recursos gráficos e digitais, garantem o melhor ângulo de cada lance dos jogos, possibilitando uma edição mais competente, permitindo também diminuir as dúvidas dos lances incertos. Além disso, existe uma competição acirrada fora dos gramados entre as emissoras de televisão, pela conquista da audiência, dos anunciantes, e dos patrocinadores. O telespectador também é envolvido, pois sofre diretamente a influência dessas ações e reproduz as falas dos narradores e comentaristas”. (http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=16&id=151 – acessado em 27/01/2008)

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